sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

ACHIGÃS--O QUE SABEMOS SOBRE ELES

O achigã passa a maior parte do tempo em águas profundas e apenas se desloca ás águas superficiais para se alimentar ou para desovar.
Sabemos que o achigã segue determinadas rotas na sua migração das águas profundas para as águas superficiais, baseadas em certas condições, estações, movimentos das suas presas( lagostim, pequenos peixes). Águas profundas é um termo relativo pois certas massas de água tem em águas profundas 2 a 3 metros, assim essa é a água profunda nesse local. Sabemos que a claridade da água provoca uma regra em relação ao local e profundidade que o achigã se posicionará, sabemos que quanto a água for mais escura, mais próximos da superfície estará o achigã, no entanto sabemos que quanto mais clara for a água, mais fundo estará o achigã e estará localizado junto de sombras e estruturas. A cor da água afecta as nossas apresentações( profundidade, velocidade, tamanho, som,cor)assim como a temperatura da água, quanto mais fria turva mais lenta deve ser a apresentação, no entanto água fria significa que o achigã estará mais fundo enquanto que água mais turva e quente estará mais próximo da superfície. O achigã ataca as nossas amostras por instinto, reação, proteção ou por fome. Há factores de PH de oxigénio que são ideais para localizar e apanhar o nosso magnífico peixe. As fases da lua também afectam os hábitos alimentares, assim como qual a melhor altura para os caçar,até o posicionamento do vento afecta o hábito do achigã pois se for norte o achigã estará mais inactivo mas se for sul, estará mais activo. O que faz um bom pescador é sem dúvida a persistência, a concentração e o conhecimento e habilidade, no conhecimento é o conhecer a estrutura, as coberturas e as condições da massa de água, desenvolver uma forma padrão de pesca ajuda a eliminar etapas. Habilidade ajuda-o a fazer bons e certeiros lançamentos, a apresentar as amostras com maior probabilidade efectiva de chegar ao alvo estabelecido, mas a persistência e concentração são os factores principais que farão ser um bom e grande pescador e proporcionar algum dia um bom dia de pesca com uma excelente captura de grande dimensão. REPRODUÇÃO Heterossexual, promíscuo e agressivo A reprodução do achigã reveste-se de unia importância inigualável na sua vida. Sem predadores que não sejam os pescadores, a existência de um achigã adulto reduz-se à luta diária pela alimentação e ao esforço anual para fazer crescer a sua prole. Um dos principais na vida do Micropterus salmoides. Um achigã adulto não tem que se proteger, nas albufeiras portuguesas, de outros predadores (excluindo os pescadores naturalmente), pelo que as actividades alimentar e reprodutiva são as duas actividades chave da sua existência. Após chegarem á idade Fértil (aliás, mais correctamente, ao tamanho fértil, já que a chegada à fase adulta está mais dependente do tamanho que da idade) os achigãs estão prontos a procriarem.Os achigãs são heterossexuais, apesar de se terem já capturado indivíduos com tecido ovárico e testicular nas suas gónadas. Os exemplares com mais de 35 centímetros podem ser sexados com alguma precisão através da análise do orifício urogenital, que apresenta uma forma circular nos machos e elíptica ou em forma de pêra nas fêmeas. Com dissecação, as gónadas dos dois sexos são facilmente diferenciáveis. Os ovários das fêmeas são dois, alongados e de secção quase circular, podendo pesar, quando estão prestes a desovar, 10 por cento do peso total (ou seja, uma fêmea de dois quilos pode ter umas ovas de 200 gramas). TAMANHO MÍNIMO PARA PROCRIAÇÃO São referidos como tamanhos mínimos a partir dos quais os achigãs se podem reproduzir os 25 centímetros para as fêmeas e os 22 para os machos, um achigã pode ter este tamanho, e portanto reproduzir-se pela primeira vez, logo durante o primeiro ano de vida (por exemplo se viver nos trópicos), no segundo (nas albufeiras do Sul de Portugal), no terceiro (nas albufeiras do Centro e do Norte do nosso pais) ou até no quarto e quinto (no Norte dos EUA e Canadá). No entanto, a fecundidade das fêmeas mais velhas é superior à das mais jovens, pelo que a importância dos maiores exemplares na produção de juvenis num determinado ano/albufeira é maior. FACTORES QUE DESENCADEIAM A POSTURA O achigã inicia o período reprodutivo, nas zonas temperadas, entre o fim do Inverno e o princípio da Primavera. O principal factor desencadeador da reprodução é a temperatura da água, como acontece, aliás, para o crescimento.Como valor indicativo direi que, na Primavera, quando se atingem temperaturas de 15 a 24º C a reprodução pode-se dar. Todavia, outros factores contribuem para este fenómeno, como por exemplo, o comprimento dos dias, que aumentam nesta altura do ano. TIPO DE POSTURA Os achigãs pertencem ao grupo de peixes que constrói "ninhos" (nos quais se inclui também a perca sol). Estes ninhos não são mais que depressões criadas pelo achigã na zona de postura. Durante a preparação do acasalamento o macho escolhe um local para fazer o ninho, geralmente em água pouco profunda (entre 30 centímetros e 1,30 metros). Embora os ninhos possam ser feitos em qualquer sítio de uma albufeira, são geralmente escolhidas zonas protegidas dos ventos dominantes; sendo muitas vezes realizados próximos de áreas que ofereçam protecção com rochas, troncos de árvores, etc. Numa albufeira as margens expostas a sul e mais protegidas do vento aquecerão mais depressa iniciando aí o achigã o acasalamento mais cedo. Os ninhos estão geralmente separados por dois ou mais metros, a não ser que uma obstrução impeça que os machos de dois ninhos mais próximos se vejam. Durante a construção do ninho o macho coloca a sua cabeça no centro e com movimentos vigorosos afasta os detritos à sua frente. Depois, com a cabeça outra vez no centro, roda à volta desta zona, dando ao ninho uma forma circular (que fica assim com um diâmetro Igual a duas vezes o comprimento do macho). O macho pode depois realizar limpezas regulares no ninho que construiu afastando materiais com a sua boca ou com movimentos de água gerados pelos opérculos.A postura da fêmea no ninho dá-se durante a madrugada ou o anoitecer. Apesar de ouvir de pescadores portugueses a afirmação de que o acasalamento do achigã se realizará durante noites de lua cheia, não conseguimos encontrar na literatura científica confirmação deste facto. É possível que nestas noites, devido à maior luminosidade existente, os achigãs consigam utilizar a visão mais eficientemente que noutras noites para procurar um parceiro e realizar o acasalamento. O macho, depois de ter construído o ninho, parte nervosamente à procura de fêmeas receptivas. Ao conseguir convencer uma a acompanhá-lo até ao ninho, estimula-a por contacto físico a pôr os seus ovos. Ambos os peixes sofrem mudanças de cores multo vivas. Durante o acasalamento o par nada sobre o ninho com os seus ventres em contacto, sendo os ovos e o sémen emitidos com movimentos espasmódicos. Um período de repouso segue-se, repetindo-se depois todo este processo várias vezes (até seis). A postura termina quando a fêmea se retira e o macho fica entregue à tarefa de cuidar dos ovos. Um macho pode atrair mais do que uma fêmea para o seu ninho e uma fêmea pode igualmente realizar a postura em ninhos de vários machos (é por isso que se refere esta espécie em relação ao acasalamento como promíscua). São referidos ninhos com posturas de sucesso com de 5000 a 40000 ovos. Os ovos, após serem fertilizados descem para o fundo e aderem ao substrato. Um ovo fertilizado é esférico, amarelo alaranjado e tem de 1,4 a 1,8 milímetros de diâmetro. ALIMENTAÇÃO DURANTE A REPRODUÇÃO O macho não se alimenta enquanto guarda o ninho, tarefa que se pode prolongar por várias semanas após os ovos eclodirem. Porém, a sua agressividade fá-lo abocanhar um peixe, lagostim ou amostra que se movimente nas proximidades do ninho. É por este facto e por a população adulta se encontrar próximo da margem durante a reprodução que a pesca nesta altura pode ser muito efectiva. Daí a razão do defeso reprodutivo para a espécie.

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